Desafios da educação

16/09/2014 16:46

Desafios da educação (Artigo)
A evasão no ensino médio e, agora, no ensino superior, também assustam
Vivina do C. Rios Balbino
Psicóloga, mestre em educação, professora nuversitária, autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil
O Índice do Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) inova e subsidia políticas de educação com metas a serem atingidas até 2021. Dados de 2013 mostram que o Ensino fundamental (1º ao 5º) no Brasil alcançou a meta melhorando de (4,7 para 4,9). Destaque para Minas Gerais com três anos de liderança com média 6,2 superando as médias nacionais. Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina também tiveram destaque. Entretanto, nos anos finais do Ensino fundamental (6º ao 9º anos), a meta não foi alcançada: a nota 6,5 desceu para 6,3. As piores notas são do Pará, Rio Grande do Norte e Alagoas. O ensino médio continua sendo o maior desafio. A meta nesse âmbito era de 3,9 e ficou em 3,7. Considerando o Ideb total redes pública e privada 23 estados ficaram abaixo da meta. Ficaram acima da média Amazonas, PE, RJ e Goiás. Na rede estadual de ensino, que detém 80% das matrículas, apenas cinco estados estão acima da meta: AM, Piauí, PE, GO e RJ. Os outros 20 estados mais o Distrito Federal ficaram abaixo da meta esperada. Nos anos finais, a meta era 4,4, mas o resultado foi de 4,2. Melhores índices foram de MG, GO, Acre, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Importante destacar e analisar melhorias em regiões diversas e fora do eixo tradicional.
O ensino médio constitui o maior nó da educação brasileira e primordialmente é responsabilidade dos estados. A União tem o papel de induzir e sustentar políticas para melhorias. As ações do Ministério da Educação (MEC), com os estados, têm aumentado e precisam ser intensificadas. O governo precisa pactuar currículos e metodologias com os gestores locais. Com o Plano Nacional da Educação (PNE), o MEC terá que coordenar esse processo de articulação e trabalhar para a construção de uma base nacional comum levando à melhorias. Ponto positivo visto pelo ministério é que os esforços feitos nos anos iniciais do Ensino fundamental surtiram efeitos com índices melhores. Usando articuladas estratégias de ações entre União e estados poderemos ter também melhorias nessas etapas críticas.
Pela primeira vez, o Ideb identificou queda nas notas do ensino médio e no último ano do fundamental, caindo de 5,7 para 5,4. O aumento de matrícula de alunos da rede pública na rede privada decorre da melhoria de renda dos brasileiros? São dados preliminares que precisam ser analisados. Importante o programa Pronatec voltado para o mercado de trabalho no ensino médio, mas é preciso reforçar o ensino médio com conteúdos e metodologias competentes que preparem melhor escolas públicas para as universidades com o ingresso pelos programas de inclusão como Enem, Prouni, Ssisu e cotas.
Com conteúdos sólidos em todas as áreas do conhecimento, o aluno precisa estar bem preparado para as universidades. A evasão no ensino médio e, agora, no ensino superior, também assustam. Em 2012, apenas 51,8% dos jovens de até 19 anos haviam concluído os anos finais da educação básica brasileira segundo o relatório do IBGE "Todos pela Educação". Por que tanta evasão e como manter o aluno na escola na adolescência? O Brasil perde R$ 9 bilhões com evasão no ensino superior que, em 2013, teve a marca de 7,3 milhões de matrículas nos cursos de graduação: presenciais e cursos a distância. A média da evasão em 2009 foi de 20,9%, segundo censo do MEC. Apenas 47,2% dos estudantes se titularam após quatro anos de curso. São dados novos, complexos e preocupantes, que demandam pesquisas e análises minuciosas e ações efetivas para melhorar esse grave quadro de evasão.
O gasto público com educação no Brasil representa 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2012 foi de 6,4, estando acima da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), assim como acima de outros países latino-americanos como Chile, México, e Colômbia. Como percebemos, a destinação de verbas para a educação é boa e maior que muitos países que estão com melhores índices que o Brasil. Com certeza, falta uma gestão competente e eficaz em todos os níveis de ensino capaz de converter os altos gastos públicos em ganhos reais na qualidade de ensino da educação brasileira.
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