Educação em tempos de mudança de estilos de vida (Artigo)
A educação tem papel fundamental em abastecer os indivíduos para participação efetiva na sociedade e na economia. Nos países desenvolvidos, ela é vista como a base para o sucesso e até mesmo como um símbolo de status. Já nos países em desenvolvimento, iniciativas como as lideradas pela Unesco visam atender as necessidades de aprendizagem de crianças, jovens e adultos, já que a educação - ao lado da alimenta- ção, moradia e cuidados com a saúde - é essencial para diminuir a pobreza.
Indivíduos com educação elevada são menos afetados pelo desemprego, vivem mais, são mais participativos na comunidade onde vivem, cometem menos crimes e dependem menos de assistência social. Entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 83% das pessoas com nível superior têm um emprego, contra 55% das que possuem apenas nível médio. A remuneração também aumenta no decorrer da vida, conforme novos níveis de educação são atingidos.
A educação global, como divulgado em 2013, vale aproximadamente entre US$ 4,8 trilhões e US$ 5,6 trilhões, incluindo Ensino fundamental, médio, superior, educação corporativa e governamental, eLearning, Educação infantil e ensino de línguas. Até 2017, é esperado que esse mercado alcance entre US$ 6,4 trilhões e US$ 7,8 trilhões, segundo estimativas do GSV Advisors e Bank of America Merril Lynch.
Considerando as previsões mais conservadoras, acreditamos que os fatores de crescimento para educação devem vir do eLearning, do ensino particular e do ensino de línguas. Esses segmentos devem alcançar as maiores médias de crescimento anual, variando acima de 15% em educação com fins lucrativos, 20% em ensino de línguas e 23% em eLearning.
Mercados emergentes devem apresentar as melhores oportunidades de crescimento em educação a longo prazo devido ao aumento do investimento governamental e das taxas de matrícula, oportunidades demográficas, altos níveis de investimento e desenvolvimento econômico. O aumento da classe média nesses mercados e seu crescente foco em investimento, especialmente na China e no Brasil, provam que a demanda por alta qualidade permanecerá elevada, apesar do fato de que o governo brasileiro propôs regras de empréstimo estudantil menos favoráveis, causando incerteza a curto prazo.
Os altos custos com educação estão pesando em governos com baixo orçamento, estimulando o mercado de educação online que, com essa mudança, estará pronto para se tornar um mercado estimado em US$ 256 bilhões até 2017, de acordo com a GSV Advisors, gerando ameaças e oportunidades para muitos.
Também nota-se que escolas tradicionais nos Estados Unidos estão adotandomais programas online e a demanda do estudante por educaçãomóvel suporta essa transição. Hoje, mais estudantes estão lendo livros digitais (70% dos alunos no nível superior) e o consumo de tablets aumentou 40% em 2014 entre os estudantes universitários nos Estados Unidos e 78% possuem um smartphone.
A corrida global pela inovação continua. Com o empenho dos mercados emergentes para subir na cadeia de valor, os trabalhadores dos países desenvolvidos são pressionados para melhorar suas habilidades. Governos e instituições de ensino terão de atender a crescente demanda por uma educação sobmedida e o aumento da necessidade de ensino durante várias fases da vida. Tudo isso representa um bom indicador para o mercado da educação global. Amanda Kayne e Fabiano Vallesisão estrategistas do Julius Baer
Amanda Kayne e Fabiano Vallesisão estrategistas do Julius Baer
BRASIL ECONÔMICO - SP
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